CAPÍTULO 1
Compilação comentada: José Pinto de Queiroz Filho
Capa de estréia: Smash Comics, 22, de maio de 1941
Mídia: Quadrinhos Publicado por: Quality Comics Primeira aparição: Smash Comics 22, de maio de 1941 Criador: escritor desconhecido e primeiro artista Paul Gustavson. Nome Verdadeiro: Charles "Chuck" Lane Profissão: Policial Estado civil: solteiro Parentes conhecidos: Nenhum Base de Operação: New York City Afiliação: All Star Squadron NYPD, Freedom Fighters Altura: 5'11 " Peso: £ 179. Olhos: Azul Cabelo: Preto (careca no começo de 1950) Estréia: Smash Comics # 22 (Maio 1941) [Quality]
Quando um policial assume uma segunda identidade, pode evitar
as sutilezas legais que o impedem de fazer justiça com as próprias mãos; sutilezas,
que incluem o estatuto dos direitos humanos e a presunção de inocência, antes
do julgamento.
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Nos quadrinhos da década de 1940, abundam exemplos
importantes de policiais que se transformaram em justiceiros mascarados. Entre
muitos outros, cito: o Besouro
Azul, The Guardian e The Hood Black. The Jester era um
desses subgêneros, mas com uma diferença - desenvolveu o senso de humor
melhor de qualquer outro e, talvez, por isto, tivesse tido uma sobrevida maior.
Surgiu na Smash Comics # 22, de (Maio de
1941), onde substituiu Magno[1], um
combatente do crime sério e compenetrado – que não tinha nenhuma relação
com Jester, exceto pelo fato de que o prolífico Paul Gustavson era o
desenhista de ambos.
Em sua identidade civil, Magno chamava-se Tom Dalton, ex-eletricista
que adquiriu superpoderes depois de ter sido eletrocutado, morto, sim, morto,
e ressuscitado com outra carga elétrica -, coisa que, acredito, só pode
acontecer nas histórias em quadrinhos.
Em 1941, o policial novato, Charles “Chuck” Lane promovia a alegria entre os seus colegas, por
causa de sua aparente inépcia. Em dado momento, verificou que o combate
ao crime, como policial, trazia limitações porque tinha de obedecer às leis dos
direitos humanos, nas ocasiões mais insólitas, obrigando-se a deixar escapar, por entre os dedos, os criminosos mais cruéis, perversos e irrecuperáveis.
Por isso, decidiu secretamente, tornar-se um vigilante fantasiado capaz de fazer
o bem com muita mais liberdade; e como compensação viver intensas e inusitadas experiências emocionais. Chuck escolheu o uniforme extravagante do personagem porque
havia sido informado que tivera um bobo da corte medieval como descendente
direto (só por isto?!).
Para se caracterizar à altura do antepassado, cognominou-se de The Jester
e passou a usar uma roupa similar a de um bobo medieval, que contava piadas e
fazia brincadeiras enquanto combatia os marginais - elegendo a alegria como a
marca de seu estilo.
Habitualmente, mostrava-se bastante confortável atuando
como um lunático divertido porque a sua aparente falta de competência (simulada?!) como policial costumava desaparecer ao travestir-se como um bobo da corte. De um viés superficial, a conduta do herói mostrava-se leve, divertida, mas sem outros compromissos senão o de provocar o riso.
Quando "li"este quadrinho de uma HQ publicada no GIBI MENSAL, 40, de abril de 1944, achei bastante interessante e divertida a maneira como o Coringa conseguiu a confissão do bandido. Anos depois, já adulto, a comparei com a tortura chinesa do respingar duradouro e repetitivo de gotas de água na testa da vítima imobilizada. Entretanto, por trás da aparente frivolidade, agigantava-se o firme propósito de combater o crime em todas as suas nuances. Devido isso, os transgressores da lei tremiam ao escutar a sua risada, em alta-frequência, ou os sons dos numerosos guisos de sua fantasia. Eles o temiam principalmente por ser um excelente lutador, imprevisível e estranho. The Jester costumava transformar os criminosos em objetos de riso, divertindo-se, às suas expensas, quando utilizava truques de comédia pastelão para derrotá-los. Além disso, ainda contava com a ajuda de Quinópolis, uma cabeça sorridente de boneco que arremessava nos marginais para atingir as mais diversas e sensíveis partes de seus corpos. Curioso é que, à semelhança de um bumerangue, a cabeça do boneco sempre retornava às mãos de The Jester. PODER E ARMAS
The Jester não tinha superpoderes, mas era um atleta acrobata, de
nível olímpico, e um brilhante combatente no corpo-a-corpo. Um
de seus maiores trunfos em combate era a imprevisibilidade e a aparência positivamente
maníaca. Também tinha habilidades magistrais de um detetive qualificado.
O OCASO DO HERÓI - AS ÚLTIMAS AVENTURAS
The Jester sempre ocupou as últimas páginas da Smash
Comics, mas mesmo nesta posição discreta, sobreviveu à maioria dos
super-heróis dos anos 40. Na verdade, permaneceu em Smash Comics
até a sua última edição - # 85, de outubro de 1949.
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O bobo da corte era bastante respeitado na comunidade de
heróis e super-heróis. Em 1942, tornou-se membro tanto dos Lutadores da Liberdade quanto do All-Star Squadron, da qual era um membro semi-ativo até o
fim da guerra em 1945.
No final da década de 1940, Charles “Chuck” Lane atuou como detetive à paisana da polícia de Nova York, e passou cada vez menos tempo em
seu traje colorido.
A última aventura publicada, foi em 1952, quando viajou para
a Opal City para capturar o supervilão Bobo Benetti, que já havia roubado uma
fábrica em Nova York. Durante este tempo Jester se envolveu em um combate
contra o Icicle Original, o Jogador Original, e o Violinista, que uniram forças
para matar Ted
Knight, o Starman da Golden Age. Com a ajuda do Sombra (The Shadow) e
Starman, Jester derrotou o super-vilões e seus planos. Cerca de seis meses
depois, Starman capturou Benetti, e o detetive Charles Lane apareceu para levá-lo
preso para Nova York, onde ele foi julgado e acusado por seus crimes. Logo depois, Lane se aposentou.
Em 1956, a insaciável DC Comics adquiriu os personagens da Quality, mas jamais utilizou The Jester com o destaque que merece. Apenas, permitiu-lhe aparecer rapidamente numa página da All-Star Squadron (exibida neste blog), numa cena entre vários heróis reunidos, conversando com o Batman. Na década de noventa, foi mostrado em um flashback na revista Starman.
Apareceu como figurante em duas edições da All Star Squadron, 31 e 60, perdido na multidão de heróis. No flagrante ele troca informações com o sempre presente Batman. Sobre que estarão conversando? |
Desde então,
The Jester nunca mais foi visto e hoje está praticamente esquecido -, mas não
para o editor e os privilegiados leitores deste blog.
AMIGO LEITOR. ENQUANTO VOCÊ SE DELEITA COM ESTE ARTIGO, ESTOU PREPARANDO NOVAS SURPRESAS PARA O CAPÍTULO 2. É SÓ AGUARDAR!!
AMIGO LEITOR. ENQUANTO VOCÊ SE DELEITA COM ESTE ARTIGO, ESTOU PREPARANDO NOVAS SURPRESAS PARA O CAPÍTULO 2. É SÓ AGUARDAR!!
[1] Tom
Dalton era eletricista de uma usina elétrica. Um dia,
num acidente, foi eletrocutado e morto por uma descarga de 10.000 volts de
corrente contínua. Socorrido por
um colega de trabalho ressuscitou após ter recebido uma carga de 10.000 volts de
corrente alternada (!?), e tornou-se o super-herói Magno. Alimentado pela eletricidade que
salvou a sua vida, decidiu combater o crime com suas habilidades magnéticas e
elétricas. Às vezes, ficava sem
energia e tinha de se recarregar tocando fios expostos. Apareceu, com destaque, na revista
Smash Comics # 13-21 até ser substituído pelo Coringa.
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