BOMBA NOS
GIBIS!!
A ODISSEIA DOS GIBIS
Os argumentos dos bons gibis, sempre se notabilizaram pela visão humanista e ousada. Em Flash Gordon, só para exemplificar, listaremos: os ousados foguetes espaciais que se tornaram referência para a NASA; o advento da
mini-saia; a pistola de laser, entre muitos.
"O gazeteiro e seu estandarte
No início do século passado, quando o menino de rua tinha ainda preservada a sua essência, chamava-se de “gibi” o molecote pretinho e descalço, que corria a cidade vendendo jornais e revistas. Em 12 de abril de 1939, o pequeno gazeteiro passou a exibir o que parecia seu estandarte, a revista Gibi, que nas décadas seguintes encantaria crianças e adolescentes com as aventuras de Charlie Chan, Flash Gordon, Homem-Elástico, Dick Tracy, Nick Holmes, Fantasma, Mandrake, Brucutu, Ferdinando, Tarzan, Hagar, Frank e Ernest, Recruta Zero e Popeye, entre outros personagens. Desde então, gibi virou sinônimo de história em quadrinhos.
Em outubro de 1974, a Rio Gráfica Editora (hoje Editora Globo) relançou a Gibi com periodicidade semanal, selecionando HQs publicadas nas décadas de 1930 e 40, inclusive de edições originais, em formato gigante de 40cm de altura e 30cm de largura. Para tristeza dos leitores, o projeto teve vida curta. A acentuada queda na tiragem, dos 160 mil exemplares iniciais para somente 35 mil (inviável para uma editora de grande porte), fez com que se anunciasse a morte da publicação para o número 40. A última capa mostra Gibi, o negrinho personagem-símbolo, indo embora carregando uma trouxa, de onde caem tiras em quadrinhos.
Na BC é possível rever esta coleção completa, cujo encanto custava 300 réis. Ferdinando, o caipira criado por Al Capp, correndo de Dayse Mae no “dia da Maria Cebola”, em que as moças solteiras perseguiam os rapazes para arrastá-los até Samuel, o casamenteiro de Brejo Seco. Mandrake, o mágico de Lee Falk, salvando Narda com um mero gesto, que fazia surgir uma fera e correr o malfeitor. Os tambores da selva anunciando as últimas proezas do Fantasma, o mascarado imortal que socava no queixo dos bandidos a humilhante marca da caveira. Flash Gordon riscando os céus do planeta Mongo em seu foguete, muito antes de “Guerra nas Estrelas”, para combater a tirania do imperador Ming, tendo no coldre uma pistola a laser e ao lado a bela Dale Arlen, que já usava mini-saia." In
E a perspectiva humanista: postura crítica aos sistemas econômicos e
sociais; fortalecimento da paz entre os povos; luta contra o racismo; e a defesa dos
trabalhadores oprimidos e desamparados - não foi à tôa que os quadrinhos surgiram nas mídias de massa, basicamente nos jornais, com os objetivos de sensibilizar e instruir a população ignorante e reprimida.
Lógico, também existe a antítese dos bons gibis, isto é, os quadrinhos
que defendem o lado sombrio da civilização, mas é outra história que, no
momento, não me interessa dissertar...
O importante é que os quadrinhos são um locus de diversidade
que nos estimula a entender o mundo que habitamos. E, à semelhança de excelentes
obras literárias, os bons roteiros de gibis, quando bem estruturados e contextualizados
com a realidade costumam mexer com as nossas cabeças (entenda, com os nossos cérebros).
Mahmoud Ahmadinejad
A POLÊMICA DO ACTION COMICS 900
O argumento do Action 900, tem tudo para ser um deles. Superman
recusa a convocação do presidente do Conselho de Segurança Nacional para ir ao
Teerã apoiar manifestantes iranianos que lutam contra o governo do presidente Mahmoud
Ahmadinejad.
Considerando que é um herói americano, as suas ações têm de estar comprometidas com a ideologia do governo dos EUA, o que ele começa a discordar - sinalizando estar se recuperando de uma longa e profunda lavagem cerebral.
Este desejo de ficar independente de qualquer
decisão ditada por Washington é o que motiva o Homem de Aço a abdicar da
cidadania norte-americana.
Mesmo antes da publicação, a história está gerando polêmicas
apaixonadas, mas a sua conclusão é que irá dizer se a decisão do antigo “escoteiro
da ideologia norte-americana” vai ser ou não para valer. Tenho as minhas dúvidas. Mas quem
não as tem? (José Queiroz)
REFERÊNCIA:
Nenhum comentário:
Postar um comentário