UMA
DAS MAIS DIVERTIDAS (E INGÊNUAS) AVENTURAS DO CAPITÃO MARVEL FOI PUBLICADA NO
WHIZ COMICS 50 DE JANEIRO DE 1944 E REPUBLICADA NO BRASIL NO O GLOBO JUVENIL
MENSAL, 52, DE FEVEREIRO DE 1945 (vide capa acima).
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Sei é
difícil tentar entender em pleno século XXI, os quadrinhos criados na década de
quarenta. Isto porque seus roteiristas e desenhistas obedeciam às regras
éticas, morais e estéticas vigentes no contexto de uma sociedade ianque fechada
e altamente conservadora.
Embora
os quadrinhos tivessem nascido nas páginas dos jornais com uma postura crítica
eminentemente social (vide Yellow Kid,
o Menino Amarelo), no evoluir transformou-se num veículo descartável utilizado
como mero passatempo para entreter uma demanda infantil. Enfim, os quadrinhos
norte-americanos eram considerados um tipo de literatura de 2ª. Classe,
infantilizada e destinada às crianças e aos adolescentes de então.
Por
isso, ao lado das histórias e dos personagens encantados, abundavam a fantasia
ingênua, alienada e bem-humorada, descompromissada (até certo ponto) com a
realidade social. Isto só começou a mudar com a eclosão da 2ª. Guerra Mundial.
Hoje
(2010), os quadrinhos são considerados uma mídia madura, respeitada e
diferenciada capaz, no meu entender, de se ombrear com qualquer outra mídia
conhecida – internet, jornal, rádio, TV, cinema, livro convencional,
literatura, etc.
Resgatando o passado
Mas
voltando ao passado, a criança de ontem, que fui, ficou bastante impressionada
quando leu, pela primeira vez, a história do Capitão Marvel que, em gozo de
férias, pretendia tomar um banho de rio quando algo imprevisível aconteceu...
roubaram o seu uniforme o que gerou “o
mais embaraçoso momento na vida do herói.” Vivi, junto com ele, a busca
desesperada de sua famosa veste, e me senti solidário com a sua angustia de
estar completamente nú – se bem que o desenhista, estrategicamente, não houvesse
mostrado, em nenhum momento, a sua nudez para o leitor.
A HQ
foi publicada no Brasil, em preto-e-branco, no O Globo Juvenil Mensal, 52, de
fevereiro de 1945, com roteiro de Pete
Constanza e desenho de Charles
Clarence Beck (o famoso C.C. Beck).
De
acordo com Barwinkel,
“As primeiras aventuras do Capitão Marvel carregavam uma forte
dose de ingenuidade que se manteve mesmo depois que vilões mais tenebrosos
foram aparecendo na série. O herói foi criado por Otto e Earl Binder...
Foi um dos primeiros astros do Gibi
Mensal e figurou em diversas capas além de aparecer em todos os números.
Prova de sua popularidade é que a partir de fevereiro de 1945 passou a ser
publicado simultaneamente em O Globo
Juvenil Mensal.”
Postado
a pedido: para quem ainda não leu, vale a pena baixar e ler. (José Queiroz)
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