domingo, 18 de março de 2012

AGENTES DA T.H.U.N.D.E.R


Wally Wood
Compilação: José Queiroz
Nascimento: 17 de junho de 1927
Morte: 2 de novembro de 1981

                 Wally Wood, por ele mesmo


Criador, entre outras realizações, do novo gibi "T.H.U.N.D.E.R. Agents", para a editora Tower Comics.

Desenhista e ilustrador americano. Após a Guerra, matriculou-se na New York's School of Visual Arts. Começou a carreira como letrista e assistente em "Terry e os Piratas" (de George Wunder) e "Spirit" (Will Eisner).

Mas foi em 1950 que se tornou popular, através das HQs de ficção-científica e terror que fazia para a editora EC, algumas delas em parceria com Harry Harisson. Wood era grande admirador de Alex Raymond, que exercia grande influência em seu estilo *.

Com o cancelamento da linha de terror e FC da editora, em meados dos anos 50, Wood foi para a revista "Mad", da mesma empresa, onde se destacou como um dos artistas principais. Novamente, brincou com os personagens de Raymond na sátira "Flesh Gordon" (na "Mad" no. 11, em 1954). Wood evidentemente se divertia desenhando "Flash Gordon", mesmo sob o formato de sátira. Mas em 1957 ele finalmente realizou seu sonho, desenhando oito tiras diárias do "Flash Gordon" oficial (episódio "Cybernia”, publicado entre 19/08/57 e 19/10/57). Embora seu nome não fosse creditado (as tiras eram assinadas por Dan Barry), Wood estava finalmente entrando no "roll" dos artistas que desenharam o grande herói espacial. No ano seguinte, juntou-se a Jack Kirby em uma nova tira de ficção científica, "Sky Masters".

Em 1964, contratado pela Marvel, substituiu Bill Everett e Joe Orlando no "Demolidor". No número 7 (1965) daquela revista, Wood veio com um novo e mais moderno uniforme para o famoso herói, todo vermelho. O artista, no entanto, não se adaptou muito bem ao “método Marvel” de fazer quadrinhos (que consistia basicamente do desenhista desenvolver a história a partir de um resumo feito por Stan Lee e este, depois, acrescentar os diálogos) e deixou o barco ainda naquele ano. Mas o novo uniforme ficou, agora desenhado por John Romita.




Enquanto isso, Wood tocava um novo gibi: "T.H.U.N.D.E.R. Agents", para a Tower Comics. Paralelamente, começava a ingressar no mundo "underground" dos comics, criando a revista "Witzend" (1966-69).


A década de 70 foi marcada pelo ingresso definitivo de Wood nos quadrinhos eróticos, embora tenha feito também material para a DC Comics ("Stalker", "Isis", "Hércules Libertado", "Sociedade da Justiça"...)  
(Antônio Luiz Ribeiro)

QUALIDADES E FRAQUEZAS

Wally Wood sempre lutou contra a exploração e a falta de visão dos donos e editores da indústria dos gibis; e combateu o chamado Código de Ética dos Comics, cuja imposição castrou a criatividade dos autores e desenhistas de quadrinhos.

Muito antes de Jim Steranko e Barry Windsor Smith combaterem as péssimas condições de trabalho e a ausência de uma política de salários justos e do respeito aos direitos do autor, que só foi conseguido nos anos setenta, Wood já tinha enfrentado Stan Lee editor chefe da Marvel Comics, em 1965, onde, por sinal, fez uma curta e brilhante carreira revitalizando e redesenhando Daredevil (O Demolidor).

Se considerarmos as suas qualidades de artista, só podemos imaginar o que Wood teria feito na chamada “Casa de Idéias”, se Stan Lee tivesse valorizado o seu maravilhoso trabalho.

Foi, na condição de um homem corajoso e rebelado, quem acusou de fascistas  os donos da Marvel e da DC (onde também trabalhou desenhando, inclusive, o Superman) e divulgou aos quatro ventos as atitudes deletérias e imperiais de Stan Lee. Na verdade, na época as duas editoras exploravam os artistas em geral, uma atitude diferente da amistosa editora EC Comics, onde Wood trabalhou por longos anos e brilhou intensamente na revista MAD e outras, de Harvey Kurtzman, desenhando quadrinhos de horror, ciência-ficção e suspense.

Depois da péssima experiência na Marvel, tentou  criar uma revista na qual pudesse controlar  a publicação, a distribuição e salários decentes. Infelizmente fracassaram as suas grandiosas e otimistas intenções.

Mas em 1966, conseguiu criar uma revista própria, a  WITZEND e em 1978, publicou a sua novela épica THE WIZARD KING, que fez muito sucesso, teve sua própria tira cômica de jornal e trabalhou na HEAVY METAL e em Álbuns para adultos, na França.
    
Entretanto, a par dessa atividade intrépida e produtiva, vivia, de acordo com a sua assistente, Al Sirois, “...uma constante batalha para derrotar a si mesmo”. Durante toda a sua vida, Wood lutou contra acessos repetidos debilitantes de enxaqueca, acompanhada de graves episódios de depressão; ambas eram agravadas pelo seu método intenso de trabalho, um labor ininterrupto que o deixava exausto.

Tornou-se dependente das bebidas alcoólicas, ingerindo-as em profusão, conduta que terminou por lesar os seus rins. Em 1981, com todas as limitações, a máquina de diálise era quem garantia a sua sobrevivência, o que lhe fazia infeliz. Desesperado, um dia, pegou o seu revólver e deu um tiro na própria cabeça. Tinha somente 54 anos.




Fontes:
http://www.guiadosquadrinhos.com/artistabio.aspx?cod_art=1325
* Michael T. Gilbert.
"Alter Ego" 18, 2002, pág. 34




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