sexta-feira, 6 de abril de 2012

TUDO SOBRE THE JESTER (CORINGA)



CAPÍTULO 1

Compilação comentada: José Pinto de Queiroz Filho

Capa de estréia: Smash Comics, 22, de maio de 1941


Mídia: Quadrinhos
Publicado por: Quality Comics
Primeira aparição: Smash Comics 22, de maio de 1941
Criador: escritor desconhecido e primeiro artista Paul Gustavson.  



 Nome Verdadeiro: Charles "Chuck" Lane
 Profissão: Policial
 Estado civil: solteiro
 Parentes conhecidos: Nenhum
 Base de Operação: New York City
 Afiliação: All Star Squadron NYPD, Freedom Fighters
 Altura: 5'11 "
 Peso: £ 179.
 Olhos: Azul
 Cabelo: Preto (careca no começo de 1950)
 Estréia: Smash Comics # 22 (Maio 1941) [Quality]

O policial como super-herói  
Quando um policial assume uma segunda identidade, pode evitar as sutilezas legais que o impedem de fazer justiça com as próprias mãos; sutilezas, que incluem o estatuto dos direitos humanos e a presunção de inocência, antes do julgamento.


Nos quadrinhos da década de 1940, abundam exemplos importantes de policiais que se transformaram em justiceiros mascarados. Entre muitos outros, cito:  o Besouro Azul, The Guardian e The Hood Black. The Jester era um desses subgêneros, mas com uma diferença - desenvolveu o senso de humor melhor de qualquer outro e, talvez, por isto, tivesse tido uma sobrevida maior.

Magno, espécie de "antecessor", apareceu até a edição 21 da Smash Comics 


Origem
Surgiu na Smash Comics # 22, de (Maio de 1941), onde substituiu Magno[1], um combatente do crime sério e compenetrado – que não tinha nenhuma relação com Jester, exceto pelo fato de que o prolífico Paul Gustavson era o desenhista de ambos.

Em sua identidade civil, Magno chamava-se Tom Dalton, ex-eletricista que adquiriu superpoderes depois de ter sido eletrocutado, morto, sim, morto, e ressuscitado com outra carga elétrica -, coisa que, acredito, só pode acontecer nas histórias em quadrinhos.


Em 1941, o policial novato, Charles “Chuck” Lane promovia a alegria entre os seus colegas, por causa de sua aparente inépcia. Em dado momento, verificou que o combate ao crime, como policial, trazia limitações porque tinha de obedecer às leis dos direitos humanos, nas ocasiões mais insólitas, obrigando-se a deixar escapar, por entre os dedos, os criminosos mais cruéis, perversos e irrecuperáveis. Por isso, decidiu secretamente, tornar-se um vigilante fantasiado capaz de fazer o bem com muita mais liberdade; e como compensação viver intensas e inusitadas experiências emocionais. Chuck escolheu o uniforme extravagante do personagem porque havia sido informado que tivera um bobo da corte medieval como descendente direto (só por isto?!).


Para se caracterizar à altura do antepassado, cognominou-se de The Jester e passou a usar uma roupa similar a de um bobo medieval, que contava piadas e fazia brincadeiras enquanto combatia os marginais - elegendo a alegria como a marca de seu estilo.


Habitualmente, mostrava-se bastante confortável atuando como um lunático divertido porque a sua aparente falta de competência (simulada?!) como policial  costumava desaparecer ao travestir-se como um bobo da corte. De um viés superficial, a conduta do herói mostrava-se leve, divertida, mas sem outros compromissos senão o de provocar o riso. 


Quando "li"este quadrinho de uma HQ publicada no GIBI MENSAL, 40, de abril de 1944, achei bastante interessante e divertida a maneira como o Coringa conseguiu a confissão do bandido. Anos depois, já adulto, a comparei com a tortura chinesa do respingar duradouro e repetitivo de gotas de água na testa da vítima imobilizada.


Entretanto, por trás da aparente frivolidade, agigantava-se o firme propósito de combater o crime em todas as suas nuances. Devido isso, os transgressores da lei tremiam ao escutar a sua risada, em alta-frequência, ou os sons dos numerosos guisos de sua fantasia. Eles o temiam principalmente por ser um excelente lutador, imprevisível e estranho.  The Jester costumava transformar os criminosos em objetos de riso, divertindo-se, às suas expensas, quando utilizava truques de comédia pastelão para derrotá-los. Além disso, ainda contava com a ajuda de Quinópolis, uma cabeça sorridente de boneco que arremessava nos marginais para atingir as mais diversas e sensíveis partes de seus corpos. Curioso é que, à semelhança de um bumerangue, a cabeça do boneco sempre retornava às mãos de The Jester.

Quinópolis, a cabeça de boneco bumerangue


PODER E ARMAS
The Jester não tinha superpoderes, mas era um atleta acrobata, de nível olímpico, e um brilhante combatente no corpo-a-corpo. Um de seus maiores trunfos em combate era a imprevisibilidade e a aparência positivamente maníaca. Também tinha habilidades magistrais de um detetive qualificado.

O OCASO DO HERÓI - AS ÚLTIMAS AVENTURAS
The Jester sempre ocupou as últimas páginas da Smash Comics,  mas mesmo nesta posição discreta, sobreviveu à maioria dos super-heróis dos anos 40. Na verdade, permaneceu em Smash Comics  até a sua última edição - # 85, de outubro de 1949.

O bobo da corte era bastante respeitado na comunidade de heróis e super-heróis. Em 1942, tornou-se membro tanto dos Lutadores da Liberdade quanto do All-Star Squadron, da qual era um membro semi-ativo até o fim da guerra em 1945.


No final da década de 1940, Charles “Chuck” Lane atuou como detetive à paisana da polícia de Nova York, e passou cada vez menos tempo em seu traje colorido.


A última aventura publicada, foi em 1952, quando viajou para a Opal City para capturar o supervilão Bobo Benetti, que já havia roubado uma fábrica em Nova York. Durante este tempo Jester se envolveu em um combate contra o Icicle Original, o Jogador Original, e o Violinista, que uniram forças para matar Ted Knight, o Starman da Golden Age. Com a ajuda do Sombra (The Shadow) e Starman, Jester derrotou o super-vilões e seus planos. Cerca de seis meses depois, Starman capturou Benetti, e o detetive Charles Lane apareceu para levá-lo preso para Nova York, onde ele foi julgado e acusado por seus crimes.  Logo depois, Lane se aposentou.  


Em 1956, a insaciável DC Comics adquiriu os personagens da Quality, mas jamais utilizou The Jester com o destaque que merece. Apenas, permitiu-lhe aparecer rapidamente numa página da All-Star Squadron (exibida neste blog), numa cena entre vários heróis reunidos, conversando com o Batman.  Na década de noventa,  foi mostrado em um flashback na revista Starman.


 
Apareceu como figurante em duas edições da All Star Squadron, 31 e 60, perdido na multidão de heróis. No flagrante ele troca informações com o sempre presente Batman. Sobre que estarão conversando?  

Desde então, The Jester nunca mais foi visto e hoje está praticamente esquecido -, mas não para o editor e os privilegiados leitores deste blog.


AMIGO LEITOR. ENQUANTO VOCÊ SE DELEITA COM ESTE ARTIGO, ESTOU PREPARANDO NOVAS SURPRESAS PARA O CAPÍTULO 2. É SÓ AGUARDAR!!



[1] Tom Dalton era eletricista de uma usina elétrica. Um dia, num acidente, foi eletrocutado e morto por uma descarga de 10.000 volts de corrente contínua. Socorrido por um colega de trabalho ressuscitou após ter recebido uma carga de 10.000 volts de corrente alternada (!?), e tornou-se o super-herói Magno. Alimentado pela eletricidade que salvou a sua vida, decidiu combater o crime com suas habilidades magnéticas e elétricas. Às vezes, ficava sem energia e tinha de se recarregar tocando fios expostos. Apareceu, com destaque, na revista Smash Comics # 13-21 até ser substituído pelo Coringa.

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