BULLETEER
E
NOÉ
QUADRINHOS E TEMÁTICAS “SÉRIAS”
Um(a) leitor(a) me perguntou: “A princípio os super-heróis são propriedade
das crianças?” Tal pergunta contém o germe do equívoco que foi disseminado nos anos cinquenta.
MINHA RESPOSTA
Na origem, embora os quadrinhos tivessem sido criados no Brasil, foi nos EUA que ele cresceu e se consolidou como mídia de massa. Para isso, precisou utilizar uma linguagem simples, lúdica, divertida - por isso os gibis são conhecidos
como Comics nos EUA. O objetivo era o de se tornar inteligíveis para os pobres sem instrução e os
imigrantes europeus, semianalfabetos – que não entendiam o inglês falado na América. Surgiu,
portanto com vocação social, para instruir e defender ativamente os interesses dos trabalhadores,
das mulheres e das demais massas desprotegidas.
DECADÊNCIA NOS ANOS 50
Nos fins dos anos quarenta, após a 2a. Guerra Mundial, sob a égide da Igreja, dos educadores conservadores e dos interesses capitalistas (de precisar manter as pessoas desinformadas e num estágio infantil para dominá-las e explorá-las), criou-se um movimento preconceituoso, sem qualquer base científica, que responsabilizou os gibis como o indutor da "Juventude Transviada" e das demais formas de delinquência conhecidas. A seguir, instituiu-se O Código de Ètica dos
Quadrinhos que, imposto aos editores, roteiristas e desenhistas, apequenou e infantilizou as temáticas das HQs. Censurados, os quadrinhos deixaram de produzir obras ousadas, inteligentes e criativas.
Felizmente, o aviltamento não demorou muito. Nos meados dos anos 60, Stan Lee (co-criador do Homem-Aranha) e Jack Kirby (co-criador do Capitão América) iniciaram uma revolução nos conteúdos dos gibis que perdura até hoje. Logo, o famigerado código caiu e a criatividade inteligente deslanchou outra vez.
Felizmente, o aviltamento não demorou muito. Nos meados dos anos 60, Stan Lee (co-criador do Homem-Aranha) e Jack Kirby (co-criador do Capitão América) iniciaram uma revolução nos conteúdos dos gibis que perdura até hoje. Logo, o famigerado código caiu e a criatividade inteligente deslanchou outra vez.
QUADRINHOS É MUITA MAIS QUE HISTÓRIAS DE HERÓIS E SUPER-HERÓIS
Como já escrevi por várias vezes, à semelhança da chamada literatura
dita “séria”, os quadrinhos de hoje tratam de qualquer temática, mas
preferencialmente daquelas adultas e antenadas com a realidade presente e aquela
projetada para o futuro. Por isso, a sua produção atual vem se mostrando mais amadurecida do que os filmes produzidos nos últimos anos (os buster-blocks)
– habitualmente endereçados mais a adolescentes do que a adultos. Para confirmar as minhas assertivas, baixe os
posts e veja com seus próprios olhos, amigo leitor. (José Queiroz)
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