terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O NETO DE VALDIR



MIRNA, 
DIOGO E VALDIR DÂMASO


Meu prezado amigo Valdir de Amorim Dâmaso enviou-me uma correspondência volumosa e que incluiu: 

1. Notícias suas e de sua querida família, incluindo o seu neto Diogo Dâmaso. 

2. Dados sobre o alagoano Messias de Melo "o mais produtivo desenhista brasileiro de quadrinhos" (Álvaro de Moya.

3. E um deliciosa edição do Álbum Juvenil Tiras, no. 25, com 100 páginas, "...um álbum inédito que estava incompleto desde 2003, e que agora, junto com outros, resolvi terminar...", (Dâmaso).  Comemora os oitenta anos do personagem Alley Oop, (Brucutú, no Brasil e Trucutú, em alguns países latinos-americanos de língua espanhola).

Agradeço ao amigo a gentileza e aproveito para lhe desejar um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, extensivos aos entes queridos. (José Queiroz)

P.S. -Descobri, com imensa satisfação, que no apêndice exclusivo da edição brasileira do livro de Sean Howe, Marvel Comics, a História Secreta, o autor do apêndice, Érico Assis, relacionou vários fanzines de Dâmaso como fontes confiáveis, utilizadas por ele, para documentar a história da Marvel Comics no Brasil.

Leia, a seguir, parte da correspondência do amigo Valdir.

A - A CARTA DE VALDIR:
Maceió, 21 de novembro de 2013
Caro amigo Queiroz:
Aproveitando a oportunidade da matéria que você postou no seu site sobre o Brucutú, segue a cópia de um álbum inédito que estava incompleto desde 2003, e que agora, junto com outros, resolvi terminar, quase que só para colocar apenas no meu próprio arquivo, uma vez que não tenho mais o Edgard Guimarães ou o Kern (Confraria dos Dinossauros), que podiam providenciar cópias e expedição pelo correio para quem tivesse interesse.

Assim, o que tenho feito ultimamente é organizar em álbuns o material que ainda guardo, e arquivar um único exemplar comigo. Mas para alguns amigos especiais, como você, mando uma copia impressa desse do Brucutú.

Também consegui colocar no tamanho A-4 toda a coleção da Confraria dos Dinossauros, que no início saiu no formato tablólde. São 30 edições que distribuí em 5 álbuns de pouco mais de 200 páginas cada, tendo 6 números da Confraria em cada álbum. Não sei se um dia poderei tirar cópias para atender a quem se interessar pela coleção, ficando os originais nos meus arquivos, como exemplar único.

Este ano, às vésperas de completar 80 anos (será em março próximo), estou tendo alguns problemas com a saúde... (Por decisão ética, decidi suprimir os dados da doença de Valdir, mas quero reafirmar a minha solidariedade ao amigo)..)

Como você sabe, passo a maior parte de meu tempo no meu sítio no Carirí, no interior do Estado, onde nasci e moram todos os meus irmãos e muitos parentes. Lá, nos últimos 3 anos, dei preferência a algumas atividades ao ar iivre. Fiz cercas, açudes, muros, piscina, algumas edificações, plantei pessoalmente mais de mil árvores. O número de pássaros e de pequenos animais silvestres aumentou.

Agora, com o meu problema de saúde fiquei mais caseiro, e passei a organizar melhor as minhas coleções. Quando venho a Maceió passo pouco tempo na cidade, mas sempre visito o seu blog (é isso mesmo?) e fico sabendo notícias suas.

No mês de julho passado estive em Campinas-SP, onde mora uma tia da Mirna, minha esposa, e tive oportunidade de estar com o Luiz Antônio Sampaio, que como você sabe é um grande estudioso e entendido de quadrinhos. É ele quem me fornece diversas edições importadas, com quadrinhos clássicos.

Passamos alguns dias em Campinas, mas o principal objetivo de nossa viagem foi irmos a Pirassununga, com a família de minha filha médica Isabela, e outros parentes de meu genro Denisson, a fim de assistirmos na AFA (Academia da Força Aérea), à entrega do espadim de cadete do ar, ao meu neto DIOGO DÂMASO, que até agora está muito entusiasmado com a escolha que fez. Os pais dele também têm formação militar, na área médica, Denisson como Tenente dentista no Hospital da Aéronautica em Recife (3 anos), e Isabela como Tenente médica da Polícia Militar de Alagoas (5 anos). Segue uma foto do DIOGO com os avós Corujas, na AFA.

Aproveito a oportunidade para adiantar os votos de um FELIZ NATAL, para você e toda a sua família.
Um grande abraço do amigo Valdir

B- MESSIAS DE MELO:




Quadrinhos e charges, em termos de primórdios do século 20 também tiveram o traço alagoano den­tre os seus pioneiros.
 Essas modalidades de artes gráficas, em verdade, pegaram fôlego no Brasil a partir do terço final do século 19, especialmente depois do talento do italia­no Angelo Agostini ter aportado em nosso País.
Ao longo da primeira metade da centúria recém-passada, como escreveriam os empolados, chargistas e quadrinistas magistrais fizeram época e con­solidaram esse nicho no cenário da mídia impressa brasileira. E, embora poucos saibam, um alagoano brilhou com particular talento durante aquele tem­po: Messias de Melo.

Emerson Magalhães, também do ramo dos traços e HQs, nos brinda com um texto memorialístico so­bre esse pioneiro que principiou a publicar seus de­senhos há exatos 80 anos, em 5 de outubro de 1933 e exportou sua marca das páginas dos jornais e revista, por exemplo, para o campo dos símbolos dos principais times brasileiros.

Destaque-se o talento de Messias de Melo na seara das artes plásticas, exercitando por meio de um figurativismo primoroso cenas carregadas de regionalismo e visão social.

Além do tributo a Messias de Melo, esta edição se desenha salpicada por contribuições do mais alto nível, contando com nomes como Ubireval Alencar, Francisco Oiticica, Davi Roberto Bandeira da Silva e André Falcão.

Aviso aos navegantes: para as edições futuras já se encontram engatilhados ensaios de Douglas Apratto, Ruth Vasconcelos, Edson Bezerra e Agatângelo Vasconcelos.
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Anos depois, quando do nascimento da nova Gazetinha, em 14 de setembro de 1933, o relógio, que não fo­ra consertado, ficando como lembrança daquele episódio, marcando eternamente duas e vinte e cinco (o horário do ataque), não teve como anunciar o retorno do segun­do filho da Gazeta para os seus pirralhos.

Mesmo assim, não foi difícil para as crianças verem que chegava às bancas de São Paulo uma novidade pa­ra elas: um trabalho simpáti­co, cômico, semente que pre­nunciava o desenvolvimento de uma nova etapa para os órfãos da Gazetinha original. E não sem razão!

Na edição seguinte, de 28 de setembro, surgia um dos maiores talentos dos qua­drinhos brasileiros naqueles tempos pioneiros. Nas pági­nas do terceiro número da Gazetinha, aparecia a historinha “O Tutu tinha uma pose", escrita por Papá Noé (na ver­dade, o poeta alagoano Ju­das Isgorogota, aliás, Agnelo Rodrigues de Melo) e dese­nhada por seu irmão Messi­as, que inaugurava uma pro­missora carreira artística, que só findaria com sua morte, em meados dos anos 90, ape­sar de ter deixado os quadri­nhos relativamente muito ce­do, ainda nos anos 60.

Nada diferente das outras histórias cômicas da época, “O Hitu tinha uma pose” foi um marco apenas por ser o início do trabalho de Messi­as de Melo no jornalzinho. Porém, em 5 de outubro de 1933, nas páginas da quarta edição da A Gazetinha, vinha ao público “Uma aventura na África”, segunda HQ dos dois irmãos alagoanos e daí por diante, veio uma enxurrada de trabalhos, alguns engraça­dos, outros sérios, equilibran­do o conteúdo editorial da Gazetinha até o fim da sua segunda fase, em março de 1940. Depois, participou da Gazeta Juvenil e da Gazeta Esportiva, também marcando enorme presença com sua ar­te.

Manoel Messias de Melo foi o maior profissional de HQs que já surgiu em Ala­goas, reconhecido internacio­nalmente como “o mais pro­dutivo desenhista brasileiro de quadrinhos” de sua época. Segundo o estudioso de qua­drinhos Álvaro de Moya, em sua obra Shazaml Messias de Melo era “um dos mais pro­líficos desenhistas, chegando a manter 3 páginas em cada número da revista tri-semanal (A Gazeta). E mantinha a qualidade..

Ele pintou cartazes para circos mambembes e cinemas de Maceió e São Paulo. criou personagens como o Pão Du­ro, Gibimba, Audaz, o Demo­lidor e outros. Ilustrou, pa­ra a revista Gazeta Juvenil, diversos clássicos da literatu­ra mundial, como O Másca­ra de Ferro, Robinson Crusoé, Os Miseráveis e vários outros.

Mais tarde, trabalhando para a Gazeta Esportiva, criou inúmeros personagens símbolos dos clubes, tais co­mo, o Santo, do São Pau­lo, o Periquito, do Palmeiras, a Macaca, {Ponte Preta), o Menino Travesso (Juventus), o Mosqueteiro (Corinthians). Paralelamente a essas ativi­dades, desenvolveu com ma­estria um trabalho de pintura a óleo e, mais tarde, em tinta acrílica.


Todo esse período históri­co ficou perdido por décadas, oculto em arquivos de aces­so restrito de bibliotecas. Po­rém, nos últimos anos, veio è tona farto material icono­gráfico sobre Messias de Me­lo. E muito mais virá até o al­vorecer de 2014, tempo dos 110 anos de nascimento, em 16 de outubro de 1904, e 20 anos de sua morte, em 18 de Outubro de 1994.

C- CONFRARIA DOS DINOSSAUROS

Se me fosse dado escolher, inicialmente, gostaria de receber o segundo volume, logicamente pagando as despesas de editoração. FIM














ENSAIO
 
O DESENHISTA MAIS PRODUTIVO DE SUA ÉPOCA
 
POR EMERSON MAGALHÃES’
 

















































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