WHIZ COMICS E O CAPITÃO MARVEL
José Pinto de Queiroz Filho
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Sei é difícil tentar entender em pleno século XXI, os quadrinhos
criados na década de quarenta. Isto porque seus roteiristas e desenhistas obedeciam
às regras éticas, morais e estéticas vigentes no contexto de uma sociedade ianque
fechada e altamente conservadora.
Embora os quadrinhos tivessem nascido nas páginas dos
jornais com uma postura crítica eminentemente social (vide Yellow Kid, o Menino Amarelo), no evoluir transformou-se num
veículo descartável utilizado como mero passatempo para entreter uma demanda infantil.
Enfim, os quadrinhos norte-americanos eram considerados um tipo de literatura
de 2ª. Classe, infantilizada e destinada às crianças e aos adolescentes de
então.
Por isso, ao lado das histórias e dos personagens encantados,
abundavam a fantasia ingênua, alienada e bem-humorada, descompromissada (até
certo ponto) com a realidade social. Isto só começou a mudar com a eclosão da 2ª.
Guerra Mundial.
Hoje (2010), os quadrinhos são considerados uma mídia madura,
respeitada e diferenciada capaz, no meu entender, de se ombrear com qualquer outra
mídia conhecida – internet, jornal, rádio, TV, cinema, livro convencional,
literatura, etc.
Resgatando o passado
Mas voltando ao passado, a criança de ontem, que fui, ficou
bastante impressionada quando leu, pela primeira vez, a história do Capitão
Marvel que, em gozo de férias, pretendia tomar um banho de rio quando algo imprevisível
aconteceu... roubaram o seu uniforme o que gerou “o mais embaraçoso momento na vida do herói.” Vivi, junto com ele, a
busca desesperada de sua famosa veste, e me senti solidário com a sua angustia de
estar completamente nú – se bem que o desenhista, estrategicamente, não mostrou,
em nenhum momento, a sua nudez para o leitor.
A HQ foi publicada no Brasil, em preto-e-branco, no O Globo
Juvenil Mensal, 52, de fevereiro de 1945, com roteiro de Pete Constanza e desenho de Charles
Clarence Beck (o famoso C.C. Beck).
De acordo com Barwinkel,
“As primeiras
aventuras do Capitão Marvel carregavam
uma forte dose de ingenuidade que se manteve mesmo depois que vilões mais
tenebrosos foram aparecendo na série. O herói foi criado por Otto e Earl Binder... Foi um dos primeiros astros do Gibi Mensal e figurou em diversas capas além de aparecer em todos
os números. Prova de sua popularidade é que a partir de fevereiro de 1945
passou a ser publicado simultaneamente em O
Globo Juvenil Mensal.”
Tudo para informar a você, leitor amigo, que já estamos
traduzindo a HQ, à cores, que relata o roubo do uniforme do “Grande Queijo Vermelho” -, como Silvana costumava chamar o personagem -,
e logo ela será postada no PORTAL. É só aguardar!
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