LOURA FANTASMA
Capa de O GURI Mensal 186, onde foi publicada a história que você, leitor amigo, irá ler após o download
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No Brasil a heroína aparecia em O GURI da editora o Cruzeiro
A heroína apareceu pela primeira
vez em 1946. Criadores: Stan Lee
(escritor) e Syd Shores (artista).
Breve histórico
Louise Grant, nasceu em Hoboken, New Jersey, foi secretária do detetive particular Mark Mason. Apaixonada por
seu chefe e querendo ajudá-lo a solucionar os casos, ela adotou a identidade
secreta da Loura Fantasma.
Para se transformar, colocava uma máscara preta, estilo dominó e vestia um
sensual vestido de noite de cor vermelha, com uma fenda estratégica que
mostrava as suas pernas torneadas; nos pés, calçava elegantes sapatos de salto
alto.
Sem ter qualquer super-poder defendia-se valendo-se de sua excelente
condição atlética e a habilidade na prática das artes marciais. Como complemento,
carregava uma pistola de calibre 45.
Com um vestido de noite comprido, sapatos de saltos altos, pergunto: Como poderia
nossa heroína lutar contra os marginais sem tropeçar nas próprias roupas ou nos
próprios sapatos? Trata-se de (mais) um milagre dos quadrinhos que só o seu
roteirista, Stan Lee, poderia explicar. Será mesmo que poderia?
Tempos depois, Louise,
casou-se com Mark – tornando-se, finalmente, a Sra. Louise Grant Mason - e teve
dois filhos, Wanda e Earl.
DESDOBRAMENTOS (criação mais recente da Marvel Comics)
Após o casamento aposentou-se da luta contra o crime. O casal foi feliz
por muitos anos até que Mason morreu. Mais tarde, Louise começou a trabalhar
como secretária jurídica do promotor Blake
Torre. E voltou a ser a Loura Fantasma na série intitulada A Sensacional
Mulher-Hulk , trabalhando
lado-a-lado com Jennifer Walters (a She-Hulk).
FATOS CURIOSOS
Em 1998, num concurso
promovido pela revista Guia do Comprador de Gibis, seus leitores a
classificaram como uma das 100 mulheres mais sexys dos quadrinhos.
Já adulta, sua filha
Wanda também assumiu a personagem e se tornou uma nova Loura Fantasma.
Referências:
A INGENUIDADE DOS
ROTEIROS DOS GIBIS DE ANTIGAMENTE
Recomendo que você, amigo
leitor, faça o download, leia a história e depois, só depois, leia estes comentários, para entendê-los melhor.
Outra capa de O GURI Mensal; este é de no. 198
Analisando a história da
Loura Fantasma (faça primeiro o download e leia a história).
O título
O título da aventura, Perigo
do Passado, é sintético mais enganoso: a idéia que passa para o leitor é de que
um fantasma do passado (vide desenho) deverá lutar com espadas contra o
detetive particular Mark Mason.
Mark Mason
O diretor do museu
americano credita a Mark Mason competências que ele não possuiquando diz que: “...Mark
Mason, é o homem indicado para levá-la”. Veja porque:
1.
Mark é perigosamente
indiscreto para exercer a atividade de um detetive particular, pois revela a
sua secretaria detalhes de sua missão - por mais que confie nela esta atitude
não é a mais acertada. Mais tarde, irá repetir a mesma indiscrição contando
tudo à Loura Fantasma.
A irresponsabilidade da
secretaria
2.
Louise (Glória, no Brasil),
mostra-se irresponsável quando abandona o escritório que lhe foi confiado,
confessando que “a rotina do escritório é maçante”.
3.
Depois, travestida de
Loura Fantasma – vestida com a extravagante fantasia, do tipo “já cheguei” – reflete sobre a possibilidade do
roubo das jóias -, e ninguém a está vendo? Parece que nesta aventura os demais
passageiros e tripulantes ou não existem, ou são cegos, surdos, mudos ou invisíveis...rsrsrs
O vilão, seu nome e sua
roupa
4.
O vilão Casaco Vermelho é
simplesmente ridículo. Apesar disso, identifiquei no plano que engendrou para
roubar as jóias da coroa, certo sentido nobre. Ele não as deseja para si; o que
o motivou a recuperá-las foi a necessidade de resgatar a memória de seus
antepassados. Logicamente, para ser vilão tem de se comportar como se fosse; ríspido,
grosseiro, violento com os seus cúmplices.
Encontro acidental?
5. No encontro “acidental” de Mark com a Loura
Fantasma, o autor parece querer zombar da inteligência do leitor. Com um
vestido tão espalhafatoso, à vista de todos, logo os demais passageiros e
tripulantes estariam comentando a presença da Loura Fantasma a bordo, fofoca que chegaria
facilmente aos ouvidos de Mark.
6.
E outra vez, o boquirroto
conta tudo sobre sua missão para a Loura Fantasma, enquanto a heroína pensa: “Não
confio no tal cofre”.
Ação!
7.
Os vilões começam a agir.
Arrombam o cofre, derrotam facilmente a Loura Fantasma que é amarrada e
colocada junto ao imediato, mas numa posição estratégica que possibilita que um
liberte o outro. Oh, bandidos incompetentes!
8.
No convés, Mark tenta
deter os bandidos, é baleado (de raspão), mas antes de perder os sentidos
escuta do vilão mor o nome do local aonde irão se encontrar após cometer o
roubo
.
9.
Com a desculpa de que
Mark precisa fazer um curativo com o médico de bordo a Loura põe o detetive
para escanteio e vai sozinha ao encontro dos bandidos.
10.
Encontra-os e os derrota
(são apenas os atrapalhados cúmplices que foram enganados pelo chefão).
11. Em dado momento, um dos
cúmplices fornece uma pista para localizar o Casacão; ela avisa à Scotland Yard
– o que permitirá a Mark encontrá-la depois – e parte para lutar com o Casaco
Vermelho, mas é derrotada novamente.
12. No momento em que está
sendo estrangulada chega a Cavalaria Americana, ou seja, Mark Mason e
figurantes que lhe salva a vida; Mark começa a lutar com o vilão. No decorrer da
luta, o Casacão cai acidentalmente de uma altura considerável e morre.
Final
13. Mark promete a si mesmo
descobrir um dia quem é verdadeiramente a Loura Fantasma. Quanta burrice,
somada com ingenuidade.
O que se observa: apesar
de serem protagonistas, heróis e vilões são personagens mal estruturados, que não
possuem qualquer contextualização inteligente, enquanto os coadjuvantes são invisíveis
ou inertes ou quase nunca aparecem.
Acontece, diferentemente dos leitores
atuais, os infantes da época não estavam nem um pouco preocupados com a lógica
e a coerência dos argumentos escritos pelos roteiristas da época. O que verdadeiramente
importava eram a ação e a derrota dos vilões. (José Queiroz),
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