quarta-feira, 21 de março de 2012

O LOBINHO, DE AIZEN


O LOBINHO

Compilação: José Pinto de Queiroz Filho


O primeiro número de O Lobinho no formato comic book publicado por Aizen


Adolfo Aizen foi um jornalista e editor brasileiro. Aizen, que é cognominado por muitos como o "pai dos quadrinhos", foi um dos principais responsáveis pela introdução, no Brasil, das histórias em quadrinhos norte-americanas, como MandrakeTarzanDick TracyPríncipe Valente eFlash Gordon.

Sempre se acreditou que Aizen tivesse nascido em Juazeiro, na Bahia. Mas o escritor Gonçalo Junior, afirma em seu livro A Guerra dos Gibis, de 2004, que Afonso Aizen era um judeu russo e não baiano (embora tenha morado na Bahia). Esse fato tem grande importância porque naquela época um estrangeiro não podia ser proprietário de uma empresa de comunicação no Brasil.[1]

Aos 15 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1933, começa a trabalhar na editora "O Malho", responsável pela Revista O Tico-Tico.[1]

Em 1934, após haver chegado dos EEUU, onde se mostrou interessado  em publicar  histórias-em-quadrinhos no Brasil,  lançou o famigerado "Suplemento Juvenil", com as aventuras de personagens dos gibis estadunidenses cujos direitos autorais pertenciam a King Features Syndicate[2].

Era suplemento, porque acompanhava um jornal (no caso, o jornal A Nação), da mesma forma como faziam os jornais de Nova Iorque, com grande êxito.[1] Com as ótimas vendas, o suplemento tornou-se uma publicação independente e passou a circular pela editora "Grande Consórcio de Suplementos Nacionais", fundada por Aizen.[1]

O dono do jornal O Globo (Roberto Marinho) havia recusado a idéia de Aizen, mas quando viu o sucesso da concorrência, resolveu lançar também um suplemento infantil, que chamou de "O Globo Juvenil".

Aizen não gostou que a palavra "juvenil" tivesse sido usada e lançou uma revista no formato Standard chamada "O Lobinho", para evitar que seu concorrente utilizasse Globinho, segundo se conta[1].

A revista "O Gibi" também foi lançada (1939) para competir com a revista Mirim, de Aizen (primeira revista a usar o formato americano no Brasil). [1]

Em 1945, Aizen funda a editora de revistas infantis Brasil-América (Ebal), pioneira na introdução de temas e heróis brasileiros nas histórias em quadrinhos.

Teve três filhos, dois dos quais trabalharam com ele como diretores da EBAL: Paulo Adolfo Aizen (como diretor-gerente) e Naumin Aizen (como diretor-editorial) que, depois de sua morte, de certa forma, levaram a editora à falência.

COMO ERA O LOBINHO
          Viste ou revisite este O Lobinho clicando no link do fim do artigo


Surgiu como um tablóide, mas logo se tornou um gibi em formato americano. Tinha capas à cores, miolo com 84 paginas, em preto-e branco e custava Cr$1,50. Era editada em papel jornal de péssima qualidade e impressão idem, com pequenas tiragens dai a sua raridade entre os colecionadores. Devido isto, está sendo vendido a preços exorbitantes no Mercado Livre. Por exemplo, o primeiro almanaque de O Lobinho foi vendido por R$6.000,00. As principais HQs traduziam a influência das chamadas revistas "pulps": crimes e assassinatos misteriosos e detetives (uniformizados ou não) que se propunham a solucioná-los.


              O Lobinho no. 19

O conto, em texto, era um recurso utilizado pelos EUA para obter um porte postal mais em conta. No Brasil, cópia desnecessária do que se fazia nos EUA, pois não existia no país a lei de redução do porte postal.

Adolfo Aizen era o seu diretor. Foi assim O Lobinho da década de quarenta. (Queiroz)

 Referências
  1. ↑ a b c d e f , Gonçalo Junior Editora Companhia das LetrasA guerra dos gibis: a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos, 1933-19642004ISBN 8535905820, 9788535905823
  2.  Toni Rodrigues. Flash Gordon no Planeta Mongo (Ebal)Universo HQ.
  3. http://pt.wikipedia.org/wiki/Adolfo_Aizen

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