sexta-feira, 27 de abril de 2012


MANDRAKE 1939
FINALMENTE CONCLUI A TRADUÇÃO (DO FRANCÊS PARA O PORTUGUÊS) DA HQ DE MANDRAKE, O MÁGICO.




Á semelhança de qualquer obra literária, as histórias em quadrinhos funcionam como um verdadeiro caleidoscópio revelando a complexidade (ética, estética, política, econômica, conceitual, afetiva) do tempo em que foi criada e que se expressa sob formas de vestes, linguagem, conceitos e preconceitos de cada época.

Na HQ em questão observei:

1)          A existência de preconceitos quase medievais: os poderes absolutos do rei e do rajá, - o rei Kahn proibe o casamento de sua filha a princesa Jana com Jorba, o homem que ela ama, porque ele não é um príncipe.  Desimportância social das esposas do  harém, verdadeiros bibelôs guardadas por eunucos.

2)        A relação estabelecida entre Mandrake e Lothar é a do Mestre e seu servo e escravo. Um negro musculoso, atarantado, com a cara aparvalhada, vestindo uma pele de leopardo, que, assemelhando-se a um retardado mental, abdicou de seu reinado para acompanhar as incursões aventureiras de seu senhor e mestre. Felizmente, tal perfil foi mudado nas histórias mais recentes.

3)        Mandrake apresenta-se como um mágico intolerante que não admite concorrência e está sempre disposto a desmoralizar os competidores. Também não respeita os costumes e as regras vigentes nos reinos dos faquires. Exemplo? Quando libera as esposas do harém do Rajá Indus. Que direito tem ele de intervir nas leis conjugais do país que está visitando?

4)        Indiscutivelmente, o traço de Davis é belo e criativo, mas o colorido das histórias deixa a desejar.

5)        Observei também que a linguagem (de Lee Falk ou a de seus tradutores?) é bastante limitada e repetitiva; subitamente, de súbito, de repente são palavras repetidas por inúmeras vezes. Também o sumário de cada capítulo tem detalhes que considero desnecessários para a compreensão de quem está lendo - neste caso, reduzi as redundâncias, o quanto pude.  

6)        Outra observação: Diferentemente do que ocorre rotineiramente, os letreiros (ou legendas) são sempre colocados a posteriori – após a ocorrência dos acontecimentos mostrados nos quadros (ou vinhetas).


Para refletir melhor estas observações, leia a história e tenha, amigo leitor, uma boa e divertida leitura. (José Queiroz)








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2 comentários:

  1. Olá amigo José Queiroz,fiquei muito satisfeito com sua visita ao Fantasma Brasil no ultimo dia 21 de Abril.
    Neste seu comentário você me pediu algumas revistas do Fantasma:
    Pois bem, estou lhe enviando neste comentário os links de duas delas, uma em português e a outra em inglês, pois não tenho a edição em português.

    Os Mercadores de Escravas:

    http://www.mediafire.com/?apu7aqfrxcy3d2t

    Phantom Moogoo's Doll

    http://www.mediafire.com/?tzbjvve1rx457zz

    Quanto a edição de "A Volta dos Piratas do Céu", publicada originalmente nas Páginas Dominicais, portanto a cores; infelizmente eu não conheço nenhuma edição colorida em português.
    A EBAL publicou alguns albuns do Fantasma em cores, que foram publicados a partir de edições espanholas, pode ser que esta editora tenha publicado "A Volta dos Piratas do Céu" colorida, mas eu não posso lhe garantir.
    Fico devendo esta, e só nos resta curtir a edição em preto e branco com o belo desenho no estilo "Noir", do mestre Ray Moore.
    Grande abraço e estamos a sua disposição
    Sabino

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  2. bom dia
    gosto muito de gibi,me faz retornar a epoca da minha infancia,parabens pela iniciativa,infelismente o link para download não esta funcionando,se voce puder colocar outro desde ja agradeço.
    abraços

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