sábado, 5 de maio de 2012

BARWINKEL - HOMENAGEM




O exemplar 67 de O Grupo Juvenil de abril de 2006. Sobre ele escrevi: "Amigo e irmão Barwinkel. Recebi o GJ67. Para mim, o destaque da capa, mesmo concorrendo com  calcinha de Mary Marvel e a beleza de VIRGÍNIA MAYO é, sem dúvida, o retrato do Frei (em outro ocasião revelarei porque chamo Barwinkel de frei) segurando alegremente o troféu (merecido) que lhe foi concedido no 22o. PRÊMIO ÂNGELO AGOSTINI na modalidade MESTRES DOS QUADRINHOS NACIONAIS".


Nas páginas do fanzine O Grupo Juvenil, Frederico Jorge Barwinkel tinha o hábito de desnudar as heroínas (e super) que, no passado, havia desfilado, por sinal, bem vestidas, diante de seus olhos escancarados de infante. Por causa disto, criei o bordão Coisas do Barwinkel que utilizava sempre ao me referir aos strip-teases perpetrados pelo meu Gênio do Bem. Ele gostou tanto que o adotou e o publicou nas páginas do GJ; e mais ainda, como uma vindita sadia, criou a "sessão" Coisas do Queiroz...


Coisas do Barwinkel e, em represália, Coisa do Queiroz. Pena que o miolo do GJ tivesse sido publicado somente em preto-e-branco.


Barwinkel foi um amante inveterado dos gibis de antigamente. Nos seus escritos, nem sempre em português castiço, mas que comunicava muito bem, exteriorizava a sua paixão pelos quadrinhos com uma linguagem simples e poderosamente nostálgica. Em seus escritos, destacava pequenos detalhes, inaparentes para uma maioria de leitores, que prendia a atenção e valorizava ainda mais os trabalhos de roteiristas e desenhistas das HQs. Eis um exemplo:


Os colecionadores de gibis sempre refugaram os primeiros Guris. afirmavam que a revista só se tornou palatável depois de 1943. Antes, só publicava historinhas mequetrefes. Aos poucos, Barwinkel foi oferecendo fac-símiles dos Guris desvalorizados, com argumentos vários. No GJ de No.  66, de dezembro de 2005, ele escreveu sobre O Guri, No. 62, de 15.12.de 1942: "Mais uma Natal e mais uma edição natalina de O Guri, grossona com 148 páginas, linda capa com Papai-Noel e muitos contos, além de todos os heróis numa mesma edição(...) Nesta atual fase de O Guri, entre o elenco de heróis temos dois que podem ser considerados super-heróis: FASTASMO e MARTAN. (...) Após esta edição de Natal de 1942 não tivemos outra edição de tal envergadura, mas sempre havia uma capa comemorativa em homenagem à data".

Como afirmou Barwinkel, Martan e Fantasmo gozaram de prestígio entre os leitores de O Guri. 

O Guri, 62, e as maravilhas descritas por Barwinkel

Sobre o Biriba Mensal, No. 46, de setembro de 1953, escreveu: "No mesmo mês em que está circulando esta edição de O Grupo Juvenil, No. 65, a 52 anos, quando eu, Jotabar estava completando 20 anos, era lançado nas bancas o Biriba Mensal, 46 com suas atrações, praticamente todas com a FAMÍLIA MARVEL, que era realmente muito admirada por milhares de leitores que garantiam boas tiragens às revistas que publicavam as suas histórias. A revista Biriba surgiu em formato tablóide, semanalmente, com histórias em continuação e quando a popularidade desta acabou a revista se tornou mensal e no tamanho dos comics. Mas mesmo antes disso, ainda no formatão tablóide tablóide, ela junto  as HQs de continuação, publicava uma aventura completa em cada edição semanal, com os heróis dos comics, como os MARVELS " 

Pretendo transformar esta coluna, numa forma de comunicação regular, sem ser permanente, para divulgar as Coisas do Barwinkel em homenagem ao saudoso editor de fanzines, disseminador de fac-símiles de gibis antigos - cujas cópias eram melhores do que os originais -, gráfico experiente e excepcional garimpeiro e colecionador de gibis da Primeira Idade de Ouro e amigo e irmão pessoal.



Para complementar a matéria, postei o exemplar do citado Biriba Mensal 46, para seu deleite (este Biriba eu consegui no site do Cheguavira).





Faça o download AQUI. 


quinta-feira, 3 de maio de 2012

BLOG CHEGUAVIRA

HÁ, SIM, VIDA INTELIGENTE NA WEB


O Guri, 80, Filhote do Diário da Noite

O endereço acima é de um blog que tem o subtítulo de Sítio Literário e seu responsável chama-se Mário Jorge Vargas.

A primeira coisa que me chamou a atenção é que ele reconhece e coloca o gibi como uma forma respeitável de literatura, com direito a permanecer no mesmo pedestal de um blog que se ocupa de literatura, e se encontra preenchido por uma miríade de colunas, comentários, citações de livros, reflexões inteligentes, irônicas e divertidas com direito à versões em português e espanhol.

E quando perguntado por que tem um blog, responde: “Pra resgatar a memória dos livros e gibis, divulgar minhas ideias e pra que os outros também tenham o que tenho”. E mais, (escrevo) “Qualquer assunto sobre o qual tenho alguma ideia a expor, mesmo sabendo que no futuro poderei e poderão rir de minha ingenuidade”.

Alem dissso, não se pode esquecer as múltiplas edições preciosas  dos gibis de outrora, postadas para download, à disposição do leitor amante nostálgico.

Exemplo? Postei, abaixo, o download do O Guri, 80, de setembro de 1943, quando ainda era um Filhote do Diário da Noite.

Enfim, para mim, o blog confirma que existe mesmo vida inteligente em alguns blogs da internet. Recomendo uma visita do leitor amigo, para comprovar a veracidade da minha afirmação (José Queiroz)









Baixe o Guri 80 AQUI

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Houve um engano: o gibi trisemanal está sendo postado agora.
Faça o download





AQUI

O SUBLIME FASCÍNIO DOS GIBIS





Os almanaques natalinos eram o grande presente de fim-de-ano.

Por que gosto de gibi?
Às vezes, costumo me questionar: Por que gosto tanto de gibis? Sério! Com tanta coisa importante no mundo, dispender tanto tempo e esforço por algo aparentemente fútil chega a ser ridículo, principalmente em tempos em que boa parte do romantismo que circundava os gibis mingou sem deixar rastros.




Gibi Mensal de agosto de 1949


Na verdade, o gibi não é apenas uma questão de distração, de pura diversão. Ele está arraigado na cultura, não apenas brasileira, mas de boa parte do mundo.

Cresci cercado pelas revistas de histórias em quadrinhos e suas referências simbólicas ao enfrentamento do bem contra o mal. Parodiando Gilberto Gil, posso afirmar que eles constituíram uma etapa necessária que me deram “régua e compasso” para enfrentar a realidade cotidiana ao me ajudar a desenvolver meu senso estético, de justiça e as posturas sociais crítica, tolerante e de aceitação das diversidades.






Contra-capa do Globo Juvenil Mensal de setembro de 1941

Desta forma, acredito que tenha contribuido para desenvolver e aprimorar, desde os primórdios de minha educação formal, uma perspectiva cultural essencial para minha evolução de homo sapiens. Tudo isto me ajudou a amadurecer a ideia de que a real importância das coisas é sempre relativa. Por isso, deste viés, sem piegas ou exageros, considero os quadrinhos uma forma de comunicação de massa essencial ao aprimoramento cognitivo e afetivo de crianças, adolescentes e adultos. Talvez seja por isto que eu gosto de gibis.


O resgate do tempo perdido




Edição Maravilhosa, da EBAL, quanta saudade!, como diz Magnago 

Ainda hoje, experimento, na forma de breves e intensos flashes (clarões), as emoções ainda vivas de vários gibis que passaram pelas minhas mãos e pelos meus olhos ansiosos por emoções.


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Gibi Mensal 25A, de janeiro de 1943 "emprestado" de O Guia dos Quadrinhos


Se não estou enganado, o meu primeiro contato com o gibi foi em 1942. Tinha simplesmente cinco aninhos (setenta, a menos, de que tenho hoje) e, lógico, ainda não sabia ler (as palavras) com a necessária competência, mas conseguia “ler”, admirar e entender (até certo ponto) as intenções expressas pelas figurinhas coloridas ou, em sua maioria, em preto e branco. Digo até certo ponto porque fazia uma deliciosa mistura da minha ingenuidade e  inocência fantasiosa da infância com o não menos fantasioso e fantástico mundo dos quadrinhos que se descortinava sedutor ante meus olhos abertos, ávidos e fascinados. Foi, sem dúvida, a época em que vivi, com toda intensidade, a magia dos gibis.


Para o seu deleite, amigo leitor, baixe o exemplar do Gibi trisemanal de quarta-feira, 21 de janeiro de 1948.




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