QUEM GOSTOU DO HOMEM DE AÇO 2013?
COMENTANDO O FILME O HOMEM DE AÇO / DE ZACK SNYDER / COM HENRY CAVILL, AMY ADAMS, RUSSELL
CROWE, MICHAEL SHANNON, DIANE LANE, KEVIN COSTNER.
Ao que tudo indica, O Homem de Aço estreou em 2013 com a
responsabilidade de soerguer o personagem após o fraco desempenho do Superman O Retorno, mas ao assisti-lo
no dia 26.06.2013 minha primeira opinião foi: Não gostei! Até escrevi um post
que começava assim: “Durante os festejos juninos aproveitei para assistir ao novo
filme do Superman e, confesso, não gostei. No meu entender, foi mais uma
tentativa frustrada de reapresentar o primeiro super-herói dos quadrinhos na
chamada tela prateada. Certamente, houve, como soe
acontecer, inventividade bem intencionada, mas seguramente equívoca.”. Mais tarde, aproveitei para vê-lo, com
mais vagar, uma segunda vez, e continuei não gostando! Por que será que não
gostei? É o que pretendo esclarecer com os argumentos que se seguem:
INOVANDO PARA PIOR
Desde a origem do personagem, os roteiristas sempre se esforçaram
para tornar o Super-Homem mais humano e mais ligado aos terrestres – enfatizando
as instruções passadas por Jor-el, seu pai biológico e, principalmente à
doutrinação transmitida por Jonathan e Martha Kent, pais adotivos, calcada no chamado
“american way of life” (modo de vida
norte-americano) ao mesmo tempo em que resgatavam a magia e a grandeza do personagem.
Cristhopher Nolan, no intuito de inovar, optou
por ignorar a versão dos quadrinhos ao descrever o Superman como um “estranho
no ninho”; isto é um alienígena kryptoniano transportado para a Terra sem possuir qualquer familiaridade com o
planeta, seus habitantes e seus costumes. A premissa parecia promissora, mas
apesar da boa bilheteria o resultado não me agradou.
ACABANDO COM O TRIÂNGULO AMOROSO
A seguir,
descartou o triângulo amoroso Clark – Lois – Superman ao mostrar, desde a primeira parte do longa, que a
repórter sabe que Kent é o Super-homem eliminando um dos charmes históricos das
aventuras do personagem e enfraquecendo os minutos finais de O Homem de Aço.
REALISMO?
Na busca do “realismo” (?!) de que tanto
gosta, Nolan construiu um filme extremamente soturno. Por isso, são raras as cenas
que funcionam como uma situação divertida. Ao optar pelo “realismo” sombrio não
explicou aos fãs como o Superman conseguiu fazer a barba...
DIVINO?
A condição quase divina do personagem nunca
foi tão enfatizada. Jor-EI (Russell Crowe), o pai biológico, diz textualmente:
"Eles vão considerá-lo um Deus entre eles". Outras referências: a idade de Clark Kent, 33 anos, é a mesma que os
cristãos supõem que Cristo tinha quando foi crucificado. A nave que trouxe
Ka-el à Terra tem a forma de uma cruz. Ele tenta obter a resposta à dúvida de
que a humanidade merece ou não ser salva, consultando um padre católico numa
cena aleatória que além de desnecessária é altamente polêmica porque toma
partido em favor de uma religião em detrimento das demais. Afinal, onde o
Superman aprendeu a ser católico, apostólico, romano?
CAVILL, À PARTE
Cavill, testa franzida
O ator inglês, Henry Cavill tem um biotipo adequado
para o papel, mas não é um bom ator - a testa franzida é seu único recurso
dramático - e nem tem o carisma de um Christopher Reeve, excelente artista que
deu dignidade ao personagem. Dizem os fãs desvairados que Reeve não representava,
porque era o próprio Superman!
Revee, o próprio Superman
FEEDBACKS REPETIDOS
Entre a lenda e a realidade, prefira a lenda
O roteiro oscila num cansativo vai e vem, no
tempo, repetindo feedbacks para demonstrar como o jovem Clark vai descobrindo seus
poderes. Melhor seria se optasse pelo roteiro de Geoff Johns em Superman:
Origem Secreta, um argumento inovador e criativo que respeita a lenda do Superman.
E, em se falando de lenda, Geoff deve ter concordado com o que disse Ransom Stoddard, advogado encarnado por James Stewart no filme de
John Huston, o Homem que Matou o Facínora: “Se
a lenda supera à realidade publique-se a lenda”.
CLIMAX TONITRUANTE
Disaster movie
Não tenho argumentos técnicos para julgar o
final de O Homem de Aço. Por
isso, farei considerações típicas de um cinéfilo mediano: trata-se de um
espetáculo digno do diretor Michael Bay (Transformers),
no qual a cidade de Metrópolis é destruída
por explosões recorrentes e ensurdecedores num climax similar aos de tantos outros “disasters movies”
os famosos blockbuster[1] cujas cenas, por terem se tornado
banais, serão esquecidas em curto tempo.
SUPERMAN, ASSASSINO?
Assassino? Nunca!
O pior de tudo foi o assassinato do vilão-mor, General Cod; seu pescoço foi quebrado
pelo Super como um galho seco. Justificativa? Tratáva-se de uma situação limite
pondo em risco a vida de uma criança e um casal inocente. Nada que não pudesse
ser resolvido pelo super-herói. Em tese, uma situação facilmente solucionável
pela super-velocidade, sem ser preciso matar ninguém. Portanto, não pode servir
de desculpa para descaracterizar o que o Super tem de melhor, o verdadeiro
ponto forte de sua personalidade que é uma conduta radicalmente humanista onde
não cabe o assassinato de quem quer que seja.
O BEM CONSTRUÍDO COM TRABALHO
Salvando pessoas
E, convém relembrar, este caráter do Bem foi
adquirido a duras penas durante
a longa viagem de Krypton para a Terra quando seu pai (Jor-el, Brando)utilizou dos
recursos técnicos da nave para lhe transmitir saberes; somaram-se as lições
mais completas recebidas dos KENT que direcionaram suas inteligência, força e
habilidades centrando-as no bem-estar e na felicidade do homo sapiens impregnando-as
de solidariedade, bondade, justiça, amor, tolerância, honestidade, integridade,
respeito à diversidade, enfim, todas as qualidades apregoadas pelos humanistas verdadeiros.
CONCLUSÃO
No meu entender, o Superman foi
descaracterizado no filme. Por isso, ainda não foi desta vez que o Cinema produziu
uma película a altura do personagem. Sendo assim, Superman, o Filme, continua à
espera de outro que o supere.
[1]
Blockbuster
significa arrasa-quarteirão. É um filme que faz muito sucesso, deixando seus
concorrentes para trás. Um filme que detona!
Em homenagem aos 75 anos do SUPERMAN repostei o PORTAL Zine (de papel) de No. 56 que contém um Dossiê do Superman. (José Queiroz)
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Vc tem todo o direito de não gostar, eu amei e muito, mas seus argumentos são fracos, ta explicado porque ninguém ler seus postes!
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