sábado, 8 de novembro de 2008











As mulheres, nesse fantasioso mundo dos gibis, até podem ser personagens principais (Mônica, Mafalda, Mulher Maravilha).


O mundo assiste, neste final de século, ao avanço das mulheres rumo a espaços
antes ocupados só por homens. Elas atuam na economia, na política, nas artes, na ciência, pesquisas, tecnologia, forças armadas, seitas religiosas. Até no futebol!
Agem, criam, decidem, nivelam-se aos homens. Quando não os superam.


Menos nos quadrinhos clássicos.
Aí a revolução feminina não mereceu nem um balãozinho, sequer.
As mulheres, nesse fantasioso mundo, até podem ser personagens principais (Mônica, Mafalda, Mulher Maravilha). Mas quando o titular da história em quadrinhos é homem, elas passam a ser figuras decorativas: namoradinhas pacientes, noivas eternas, vilãs sem coração ou perseguidoras implacáveis de solteirões.







Ex-noivas e seus emperdenidos parceiros (que terminaram se casando): Lois e Superman, Narda e Mandrake , Diana e Fantasma, Aleta e Valente...enquanto Batman e Robin, dizem os fofoqueiros, nunca tiveram problemas.



Tem de tudo. Quer ver?
Lembram-se do namoro-noivado do Mandrake com a Narda? Quando eu aprendi a ler, eles já tinham dez anos de namoro. E olha que já estou nos sessenta. E o Fantasma? Demorou 400 anos para se “amarrar” com a Diana Palmer. E o caipira americano Ferdinando (Li’l Abner)? Enrolou a Violeta anos e anos com uma suspeita timidez. E ainda participando das famosas corridas do dia da Maria Cebola, onde as solteironas muito feiosas de Brejo Seco saíam desesperadas atrás de um marido.
Ferdinando (ou seu autor - Al Capp) sempre dava um jeito de escapar do casório por mais um ano.



O Super-Homem, então, nem se fala. Fugia de um compromisso mais sério com a Lois como se ela fosse de Kryptonita. Só no cinema e na TV, é que ele teve alguns “gestos de fraqueza”.


O Brucutu, homenzinho pré-histórico, está levando a noiva Ula no papo até hoje. Ao lado do seu contemporâneo Piteco, com sua Thuga. O velho Príncipe Valente também resistiu muitos anos até que a princesa Aleta o levasse para a torre nupcial do castelo. O “Espírito” paquerava a mil, mas não queria nada sério com Helen, filha do comissário Dolan e sua eterna apaixonada. O Batman encontrava, volta e meia, bandidonas sensuais. Mas à noite voltava sozinho para sua bat-caverna. O Surfista Prateado vive voando por todo o universo à procura de uma noiva perdida ou proibida. Mas enquanto isso, cruza com diversas outras mocinhas interessantes.
A turma do Disney segue a fórmula: mas os ratos e patos são fiéis ... às suas namoradas eternas.

Mas um personagem meu foi castigado por essas e outras. Depois de muitos anos de namoricos e ausências prolongadas no espaço, o Astronauta voltou, um dia, e encontrou sua Ritinha casada. Está com dor-de-cotovelo até hoje.

A realidade é diferente da ficção
Os fiéis leitores dessas histórias todas, depois que fecham os gibis, saem por aí namorando, noivando e casando. Sem ligar a mínima para os exemplos dos seus “heróis”.

Com o tempo, quem sabe, nós, de fora dos quadrinhos, possamos influenciar nossos ídolos para que eles, da ficção, imitem a nossa fascinante e agradável realidade.

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